Nós seres humanos temos a mania besta de acreditar que algo vai ser diferente depois de um ciclo de 12 meses. “Os meus dezenove anos”, “os meus vinte”, “em 2003”, “em 2004”… aniversários, viradas de ano, feriados variados. Nos escondemos atrás de calendários como se eles tivessem alguma estranha espécie de poder mágico, alguma forma de fazer com que os doze meses seguintes, contando a partir daquele momento, possam ser melhores que os doze meses que passaram.
Como podemos ser assim tão… inocentes? Sua vida foi melhor esse ano? Legal! Sua vida será EXATAMENTE a mesma amanhã! Você será a mesma pessoa e tudo o que vai realmente mudar será aquele último número na data do seu cheque.
Repita comigo: Nada no mundo vai mudar. Nada no mundo vai mudar. Nada no mundo vai mudar.
A esperança é um falso remédio quando todos os fatos mostram que nada caminha rumo a dias melhores.
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Tudo bem que, pesando tudo, não tenho muito do que reclamar do meu ano de 2006. (Da mesma forma que, sei lá, 1999, ou 2002) Meu 2005 foi uma droga. Até 31 de dezembro de 2005, uma droga. Assim como 1º de janeiro de 2006, 2 de janeiro de 2006, 3 de janeiro de 2006… e, até as coisas se acertarem, foi assim mais alguma meia dúzia de dias – em seqüência ou perdida ao longo dos 365 dias do calendário amassado com o escudo do Botafogo que guardei dentro da minha carteira.
Não espere que “o ano novo traga muita paz”. Busque a paz AGORA, e amanhã (que só por um acaso será dia 1º de janeiro de 2007), e depois, e depois, e depois.
Não espere que as portas se abram em 2007. Lute para que elas se abram NESSE EXATO MOMENTO!
Não deixe para ser feliz em 2007! Seja feliz hoje! Comece agora, comece… todos os dias.
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Eu agradeço pelas amizades que surgiram em 2006, e desejo que permanceçam comigo por quantos anos mais forem possíveis. Eu agradeço pelo amor que surgiu em 2006, mas que poderia ter surgido antes e que deve se renovar no passar de cada dia. Eu agradeço por ter saúde, hoje, agora. E… já que nós humanos temos a mania besta de acreditar que um novo ciclo de doze meses é algo assim tão… especial, capaz de nos fazer gastar nosso tempo para falar sobre eles, então… eu desejo à vocês, meus amigos, meus parentes, meu amor, meus conhecidos, estranho leitor anônimo e até mesmo àqueles que, por uma ou outra razão, fazem parte da minha lista de desafetos, toda saúde, paz e força de vontade. Não em 2007, mas hoje, nesse instante, amanhã e sempre.
Feliz todos os dias!